***AVISO***
Inúmeros sites e blogs relatam que a obra cinematográfica tendo como base o livro analisado abaixo é baseada em fatos reais. NEM O FILME E MUITO MENOS O LIVRO SÃO BASEADOS EM FATOS REAIS. NÃO FOI BASEADO EM FATOS REAIS! NÃO FOI BASEADO EM FATOS REAIS! E NÃO FOI BASEADO EM FATOS REAIS!
Antes de escreverem sobre algo, pelo menos pesquisem corretamente e leiam de verdade a obra literária, por gentileza.
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Reencarnação.
Certamente um tema que já passou pela cabeça de cada um, por mais cética que a pessoa seja. Existe um fascínio sobre o oculto, sobre o que existe após esse mundo - SE existe algo mesmo - , coisas que nunca saberemos de verdade. Talvez depois que morrermos e olhe lá.
É esse o tema principal de "AS DUAS VIDAS DE AUDREY ROSE", romance escrito pelo autor e roteirista Frank de Felitta. É um autor um tanto obscuro, parece-me que não foi muito divulgado aqui no Brasil e só conheci a escrita dele através de sebos e volumes já amarelados dos anos 80, geralmente publicados pela Francisco Alves ou Nova Cultural. Esse volume que possuo é uma edição do Círculo do Livro S.A. de São Paulo, acredito ser a terceira edição, talvez de 1985 traduzida para o português, não temos uma data específica. A tradução ficou a cabo de Marcos Santarrita e Luiz Horácio da Matta, com a capa elaborada por Natanael Longo de Oliveira. Capa dura, apresenta desgaste na lombada. Adquiri este volume através do site Estante Virtual, porém já tinha tido contato com a obra em 2004, através de outra edição, brochura, mas não concluí a leitura na época devido muitas outras leituras da época da faculdade.
A trama acontece no meio da família Templeton - Janice, Bill e a filha de dez anos chamada Ivy, que até então é uma criança perfeitamente normal, exceto por ter apresentado fortes crises de pesadelos na idade de dois anos, porém devidamente tratadas através de cuidados psiquiátricos, fazendo os pais da criança imaginarem tratar-se de possível trauma de primeira infância, até mesmo uterino. Bill é advogado, profissão que ocupa boa parte de seu dia-a-dia, cabendo então à Janice cuidar do grande apartamento no Edifício "Les Artists" e da pequena Ivy, levando e buscando-a na escola diariamente. Fato curioso em relação ao nome do edifício: na trama, originalmente o prédio teria abrigado diversos artistas que expunham suas obras em anos anteriores.
É numa dessas idas à escola que Ivy frequenta que Janice percebe estar sendo seguida; um homem com bastas costeletas e bigodes está sempre a espreita, inclusive no momento em que os alunos são dispensados das aulas na parte da tarde. Não somente Janice percebeu, mas sim outras mães e pais que aguardavam seus filhos diariamente. Contudo, o homem de costeletas nunca era visto com seu filho/filha. O fato deixa Janice preocupada, que pensa em contar para o marido Bill, talvez de repente tomar alguma providência. O que Janice não sabe é que Bill também já percebeu a presença do homem das costeletas, mas não falou nada para a esposa visando não alarmá-la com algo talvez sem sentido.
Não vou me adentrar muito na trama para evitar spoilers para quem ainda não leu, mas na verdade o tal homem das costeletas é Elliot Hoover. E de fato, está seguindo a família, sim. O motivo: Hoover acredita piamente que Ivy Templeton seria a reencarnação de sua filha Audrey Rose, falecida anos atrás devido à um acidente automobilístico, que resultou na morte da pequena criança e de sua mãe e esposa de Hoover. Essa crença é alimentada por médiuns/sacerdotes hindus que Hoover conheceu através dos anos após a morte de sua filha, buscando algum sentido e até mesmo esperança em reencontrar a alma de Audrey. Devido à data de nascimento de Ivy Templeton, Hoover acredita que a garota possua a alma de sua filha. Bom, no caso da trama não sei bem se dá para descrever que Ivy "possua" a alma ou seja "possuída" por algo. Até porque, quando Hoover aproxima-se dos Temnpleton, as crises de pesadelos de Ivy retornam com força total, até mesmo mais fortes, deixando o casal realmente preocupado e confuso. Pesadelos estes que a garota parece estar revivendo algo mortal, como se estivesse presa em um compartimento que esteja em chamas. E Audrey Rose justamente teve uma morte horrível no acidente automobilístico, ficando presa dentro do veículo, com sua mãe falecida e o fogo começando a se alastrar carro adentro.
A premissa do livro é muito boa; eu, particularmente, gosto demais desses assuntos mais voltados à Parapsicologia. Não foi uma leitura rápida; assim como Peter Straub (o qual em breve espero fazer uma análise aqui no Letras Apagadas) a escrita de Fellita é bem meticulosa, com muitos detalhes e certamente pesquisas de campo excelentes para montar a trama bem elaborada. Isso não significa que a leitura seja maçante/cansativa. Pelo contrário, Fellita sabe como prender o leitor com suas palavras. O fato do meu exemplar ser uma edição dos anos 80 contrubui para uma rápida viagem no tempo e no vocabulário utilizado na época. Com certeza, caso houvesse uma nova edição nos dias de hoje seria necessário todo um trabalho de readequação à nossa escrita atual. Importante salientar que não existem sequências no livro de "tirar o fôlego", como a galera fala. Não existe nenhuma surpresa nas páginas como temos em "O Iluminado" por exemplo. Existe sim o clima de suspense e mistério, mas não classificaria "As Duas Vidas de Audrey Rose" como uma obra de terror, mas sim um "Suspense Sobrenatural".
É um livro que eu faria uma releitura depois de algum tempo? Muito difícil. Acho que para mim, pelo menos, não preciso. Diferentemente de outra obra do autor, aqui no Brasil traduzida como "A Entidade" que estou lendo atualmente pela terceira vez - a segunda vez que li foi em 2006, quase 20 anos atrás. Mas com certeza é um ótimo romance que proporcionará o leitor bons momentos e curiosidades.
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Ficha Técnica
Frank De Felitta
"As Duas Vidas de Audrey Rose"
Círculo do Livro S.A.
Caixa Postal 7413
São Paulo, Brasil
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Edição Integral
Título Original: "Audrey Rose"
Copyright ₢ 1975 by Frank De Felitta
Tradução: Marcos Santarrita e Luiz Honório da Matta
Capa: Natanael Longo de Oliveira
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Licença editorial para o Círculo do Livro por cortesia da Livraria Francisco Alves Editora S.A.
É proibida a venda a não-sócios do Círculo (xiiiiiiiiiiiii...)
Composto pela Lionart Ltda
Impresso e encadernado em oficinas próprias
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