Hoje vamos falar sobre "O Iluminado", de Stephen King.
Que responsabilidade. Até porque faz um bom tempo de minha última leitura da obra, que já devo ter lido pelo menos umas três vezes ou mais. Dessa maneira, acredito que um pouco de base para falar sobre isso eu deva ter. Vejamos...
Começando a análise do livro físico que possuo: é uma edição de 1987, já amarelada pelo tempo da Editora Nova Cultural Ltda, que possuía sede em São Paulo e acredito que atualmente ela não existe mais ou mudou de nome, não pesquisei. A brochura possui 445 páginas e adquiri através do site Estante Virtual em 2020, muito embora eu tenha comprado esta mesma edição em meados de 2006, que infelizmente perdi ou emprestei para alguém e ficou no limbo. Vai saber... de qualquer maneira, resolvi comprar novamente, mais pela nostalgia e também pela capa: esta brochura traz uma fotografia de Jack Nicholson justamente interpretando Jack Torrance no filme homônimo dirigido por Stanley Kubrick. Aliás, sobre a obra cinematográfica, discutirei futuramente. Voltando a análise do livro físico: tradução de Betty Ramos Albuquerque. Não possui índice, mas a trama é dividida em cinco partes: Introdução/ Último Dia/ O Ninho de Vespas/ Cercado de Neve/ Questões de Vida e Morte, possuindo também um breve epílogo de poucas páginas.
Esse não foi o meu primeiro livro do King; iniciei com "Christine", que meu pai comprou nos anos 80, junto com uma pequena estante e algumas brochuras famosas da época. Por curiosidade, em 1997 comecei a ler e achei um barato a maneira da escrita de King, fugia muito daquilo que até então eu já tinha lido na escola. Um pouco mais tarde, fui descobrindo que muitos dos filmes de que eu gostava eram adaptações das obras literárias do autor americano e esse fato que fez, finalmente, procurar mais livros dele. Por sorte, naquela época em que me tornei um "constant reader", ou "leitor fiel", como traduzem quem admira os livros dele, a Editora Objetiva estava realizando um excelente trabalho ao começar a republicação dos livros lançados aqui no Brasil nos anos 80 e 90. Isso me proporcionou conhecer a grande maioria do trabalho do King, além de ter contato também com obras mais recentes e também inéditas. Então, lá estava eu, no Terceiro Ano do Ensino Médio, com muito tempo livre, pois estudava à noite e tinha saído de um emprego com fotocopiadoras. E de quebra, recebendo seguro-desemprego. Na minha cabeça, naquela época, era "dinheiro de graça". Hahahaha... de qualquer maneira esse dinheiro me ajudou bastante nessa descoberta literária (além de ter comprado vários CD's originais do W.A.S.P. também). E foi através da edição da Objetiva que tive o primeiro contato com a obra. Infelizmente essa edição não possuo mais, mas lembro que o trabalho que a editora realizou com o livro foi muito bonito. Sei que não devemos julgar o livro pela capa, mas não posso negar que as mesmas possuíam um grande destaque pela beleza e criatividade.
O primeiro fato que o leitor percebe é a facilidade da leitura. Traz uma escrita simples, porém coesa e rica em variedades linguísticas. Outro ponto bem importante: King possui uma escrita inovadora, trazendo veracidade aos fatos narrados, dando títulos à reportagens fictícias, recortes de jornais, até mesmo nos diálogos e pensamentos de personagens, coisa que até então eu nunca tinha visto em nenhum livro (lembrem-se que eu tinha saído dos meus 17 anos e as únicas obras que eu conhecia mesmo eram os livros da Coleção Vagalume e livros didáticos). A maneira como King brinca com as sentenças, os parágrafos, é inconfundível e sem dúvida, uma marca registrada de sua escrita. Dito isso, vamos à trama.
Tentarei não dar spoilers, embora hoje em dia seja difícil encontrar alguém que ainda não leu o livro ou pelo menos tenha assistido aos filmes (sim, existem dois filmes, além da sequência - esta também de baseada em um livro, "Doutor Sono"). Trata-se das desventuras de Jack Torrance, um professor de Língua Inglesa, alcoólatra, que perdeu seu emprego depois de uma altercação com um de seus alunos - o mesmo rasgou os pneus do automóvel de Torrance, etc. Jack é casado com Wendy Torrance, uma dona de casa que por sua vez é mãe de Danny, o filho do casal. Desde quando nasceu, os Torrance já perceberam que Danny não era um garoto comum. Muito inteligente para sua idade (no livro ele está com 5 anos), possui também uma habilidade que por vezes assusta os pais. Uma das habilidades é justamente a leitura de pensamentos e, como o leitor perceberá, também existe o dom de conhecer fatos que ocorreram no passado.
Graças a um amigo de bebedeira (mais responsável que Jack), Torrance enfim consegue o emprego de zelador no Hotel Overlook, localizado nas montanhas do Colorado. O emprego consiste na manutenção do enorme hotel durante o período de inverno, no qual o mesmo fica fechado até o início da primavera. Além da manutenção em si, existe a importante e vital tarefa de verificação das caldeiras, que mantém o hotel aquecido e qualquer deslize nesse cuidado, já sabem né. Risco de explosão. O lance é que o Overlook possui uma boa quantidade de fantasmas; "todo hotel tem seus fantasmas", como essa frase presente no livro indica. E já sabemos que o pequeno Danny é uma criança especial, que infelizmente consegue ver esses seres perturbados. Já quando a família Torrance chega no último dia de funcionamento do Overlook, Danny conhece Dick Hallorann, o cozinheiro, sendo este também um "Iluminado", como a avó dele costumava descrever esse dom. Hallorann aconselha Danny, afirmando que tudo o que ele possa presenciar não deve passar de algumas imagens, como figuras em um livro, inofensivas. Se acontece alguma coisa, isso não vou postar. Deixarei que vocês vejam. Ou melhor, leiam. Nunca se esqueçam que um livro transporta imagens para seus cérebros. ;)
É isso aí, leiam sempre, a leitura abre portas e traz conhecimento. Leiam nem que seja uma bula de remédio. E tenham uma boa semana!
10/07/2023

Nenhum comentário:
Postar um comentário