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quinta-feira, 9 de novembro de 2023

LEITURA REALIZADA: "AS DUAS VIDAS DE AUDREY ROSE"

***AVISO***

Inúmeros sites e blogs relatam que a obra cinematográfica tendo como base o livro analisado abaixo é baseada em fatos reais. NEM O FILME E MUITO MENOS O LIVRO SÃO BASEADOS EM FATOS REAIS. NÃO FOI BASEADO EM FATOS REAIS! NÃO FOI BASEADO EM FATOS REAIS! E NÃO FOI BASEADO EM FATOS REAIS!

Antes de escreverem sobre algo, pelo menos pesquisem corretamente e leiam de verdade a obra literária, por gentileza.

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Reencarnação.

Certamente um tema que já passou pela cabeça de cada um, por mais cética que a pessoa seja. Existe um fascínio sobre o oculto, sobre o que existe após esse mundo - SE existe algo mesmo - , coisas que nunca saberemos de verdade. Talvez depois que morrermos e olhe lá.

É esse o tema principal de "AS DUAS VIDAS DE AUDREY ROSE", romance escrito pelo autor e roteirista Frank de Felitta. É um autor um tanto obscuro, parece-me que não foi muito divulgado aqui no Brasil e só conheci a escrita dele através de sebos e volumes já amarelados dos anos 80, geralmente publicados pela Francisco Alves ou Nova Cultural. Esse volume que possuo é uma edição do Círculo do Livro S.A. de São Paulo, acredito ser a terceira edição, talvez de 1985 traduzida para o português, não temos uma data específica. A tradução ficou a cabo de Marcos Santarrita e Luiz Horácio da Matta, com a capa elaborada por Natanael Longo de Oliveira. Capa dura, apresenta desgaste na lombada. Adquiri este volume através do site Estante Virtual, porém já tinha tido contato com a obra em 2004, através de outra edição, brochura, mas não concluí a leitura na época devido muitas outras leituras da época da faculdade.

A trama acontece no meio da família Templeton - Janice, Bill e a filha de dez anos chamada Ivy, que até então é uma criança perfeitamente normal, exceto por ter apresentado fortes crises de pesadelos na idade de dois anos, porém devidamente tratadas através de cuidados psiquiátricos, fazendo os pais da criança imaginarem tratar-se de possível trauma de primeira infância, até mesmo uterino. Bill é advogado, profissão que ocupa boa parte de seu dia-a-dia, cabendo então à Janice cuidar do grande apartamento no Edifício "Les Artists" e da pequena Ivy, levando e buscando-a na escola diariamente. Fato curioso em relação ao nome do edifício: na trama, originalmente o prédio teria abrigado diversos artistas que expunham suas obras em anos anteriores.

É numa dessas idas à escola que Ivy frequenta que Janice percebe estar sendo seguida; um homem com bastas costeletas e bigodes está sempre a espreita, inclusive no momento em que os alunos são dispensados das aulas na parte da tarde. Não somente Janice percebeu, mas sim outras mães e pais que aguardavam seus filhos diariamente. Contudo, o homem de costeletas nunca era visto com seu filho/filha. O fato deixa Janice preocupada, que pensa em contar para o marido Bill, talvez de repente tomar alguma providência. O que Janice não sabe é que Bill também já percebeu a presença do homem das costeletas, mas não falou nada para a esposa visando não alarmá-la com algo talvez sem sentido.

Não vou me adentrar muito na trama para evitar spoilers para quem ainda não leu, mas na verdade o tal homem das costeletas é Elliot Hoover. E de fato, está seguindo a família, sim. O motivo: Hoover acredita piamente que Ivy Templeton seria a reencarnação de sua filha Audrey Rose, falecida anos atrás devido à um acidente automobilístico, que resultou na morte da pequena criança e de sua mãe e esposa de Hoover. Essa crença é alimentada por médiuns/sacerdotes hindus que Hoover conheceu através dos anos após a morte de sua filha, buscando algum sentido e até mesmo esperança em reencontrar a alma de Audrey. Devido à data de nascimento de Ivy Templeton, Hoover acredita que a garota possua a alma de sua filha. Bom, no caso da trama não sei bem se dá para descrever que Ivy "possua" a alma ou seja "possuída" por algo. Até porque, quando Hoover aproxima-se dos Temnpleton, as crises de pesadelos de Ivy retornam com força total, até mesmo mais fortes, deixando o casal realmente preocupado e confuso. Pesadelos estes que a garota parece estar revivendo algo mortal, como se estivesse presa em um compartimento que esteja em chamas. E Audrey Rose justamente teve uma morte horrível no acidente automobilístico, ficando presa dentro do veículo, com sua mãe falecida e o fogo começando a se alastrar carro adentro.

A premissa do livro é muito boa; eu, particularmente, gosto demais desses assuntos mais voltados à Parapsicologia. Não foi uma leitura rápida; assim como Peter Straub (o qual em breve espero fazer uma análise aqui no Letras Apagadas) a escrita de Fellita é bem meticulosa, com muitos detalhes e certamente pesquisas de campo excelentes para montar a trama bem elaborada. Isso não significa que a leitura seja maçante/cansativa. Pelo contrário, Fellita sabe como prender o leitor com suas palavras. O fato do meu exemplar ser uma edição dos anos 80 contrubui para uma rápida viagem no tempo e no vocabulário utilizado na época. Com certeza, caso houvesse uma nova edição nos dias de hoje seria necessário todo um trabalho de readequação à nossa escrita atual. Importante salientar que não existem sequências no livro de "tirar o fôlego", como a galera fala. Não existe nenhuma surpresa nas páginas como temos em "O Iluminado" por exemplo. Existe sim o clima de suspense e mistério, mas não classificaria "As Duas Vidas de Audrey Rose" como uma obra de terror, mas sim um "Suspense Sobrenatural".

É um livro que eu faria uma releitura depois de algum tempo? Muito difícil. Acho que para mim, pelo menos, não preciso. Diferentemente de outra obra do autor, aqui no Brasil traduzida como "A Entidade" que estou lendo atualmente pela terceira vez - a segunda vez que li foi em 2006, quase 20 anos atrás. Mas com certeza é um ótimo romance que proporcionará o leitor bons momentos e curiosidades.

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Ficha Técnica

Frank De Felitta

"As Duas Vidas de Audrey Rose"

Círculo do Livro S.A.

Caixa Postal 7413

São Paulo, Brasil

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Edição Integral

Título Original: "Audrey Rose"

Copyright ₢ 1975 by Frank De Felitta

Tradução: Marcos Santarrita e Luiz Honório da Matta

Capa: Natanael Longo de Oliveira

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Licença editorial para o Círculo do Livro por cortesia da Livraria Francisco Alves Editora S.A.

É proibida a venda a não-sócios do Círculo (xiiiiiiiiiiiii...)

Composto pela Lionart Ltda

Impresso e encadernado em oficinas próprias

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terça-feira, 18 de julho de 2023

Quarenta e Um

Aí de repente você está com 41. Cacetada...

Parece que passou tão rápido e a memória já não é mais aquelas coisas... sempre fui conhecido por ter uma memória ótima, mas nos últimos tempos a mesma está falhando, estou esquecendo de coisas que eu sempre lembrava, fatos do passado, da infância. Às vezes a gente olha para o que passou e pensa "o que teria acontecido se eu tivesse saído daquele emprego que fiquei tantos e tantos anos e não me valeu para muita coisa/ o que teria acontecido se eu sentasse a porrada naquele FDP que me azucrinava na escola/ o que teria acontecido se eu não tivesse gastado tanta grana com besteira e tivesse guardado dinheiro", vish, é muita coisa para pensar e para falar bem a verdade, não leva à nada. O que passou, passou. Já era. Mas por vezes o pensamento volta...

Lógico que quando a gente chega nos 40, trazemos uma bagagem de experiência relativamente considerável. Burrices que eu fiz quando era criança/adolescente eu não cometerei mais (pelo menos eu acho, hahahaha), já sei como funciona algumas coisas que antes não sabia, já conheço mais ou menos como funciona o comportamento do ser humano, mas isso também é relativo. Um FDP sempre será um FDP, e por vezes a gente se engana e muito com algumas amizades, assim como na convivência, o dia-a-dia que, uma hora ou outra, vai revelar quem presta e quem não presta. Isso é certo: uma hora ou outra as máscaras caem, a gente se decepciona, fica puto da vida, odeia, mas é assim mesmo. Não dá para ficar odiando tudo, isso faz mal. Mas é difícil não odiar quando aprontam uma com a gente né. A cabeça chega a ferver.

Outra coisa que percebemos: nada dura para sempre. Pode ser um emprego, um eletrodoméstico, uma amizade, sei lá. Quando a gente tem 20 anos de idade, parece que tudo vai durar eternamente. Ledo engano. Pessoas morrem, amizades são desfeitas - muitas vezes por pura falta de contato... tem supostos amigos que a gente só vai perceber que não são tão amigos assim depois de muito tempo. A percepção de que nem todo mundo gosta de você - isso é real, não tem como mudar. Por mais que a gente ache que é uma pessoa legal, preocupada, tem gente que te acha um pé-no-saco ou coisa pior. Tem gente que nem vai se lembrar de você depois de algum tempo, embora você lembre, talvez até tenha algumas lembranças boas. Muitas vezes esquecem até do seu nome, hehehehe...

Mas é o ciclo natural das coisas nesse mundo. Ninguém tem obrigação de gostar de todo mundo, ninguém precisa lembrar de amizades passadas, de momentos bacanas, a rotina acaba por matar isso. E por mais duro que possa parecer, viver no passado é prejudicial, é deprimente, chega a ser patético. Tudo bem a gente ser nostálgico, relembrar momentos agradáveis e também não tão agradáveis assim. O passado é aprendizado. É importante. Mas não podemos voltar; caso possuíssemos esse dom de voltar, perceberíamos que nosso lugar atualmente não é lá. Já foi, importante ou não, passou.

É deprimente? Sim, infelizmente é. Mas é normal. Por vezes falta aquela coragem de encarar o aqui e agora, mas é necessário. Afinal, temos que comer, morar em algum lugar, lutar diariamente porque sinceramente não dá para contar com ninguém não. São poucas as pessoas com quem podemos contar, ou mesmo ter confiança. E mesmo assim ainda podemos entrar muito mal. Família? Difícil. Com o tempo você começa a perceber que aquela "fortaleza" que você pensa existir, que é chamada de "família", deteriora-se a cada dia, a cada ano. Infelizmente você está sozinho nessa, meu chapa. Infelizmente existem pessoas que não gostam de você. Infelizmente não dá para voltar no tempo. É ruim? Com certeza. Mas fazer o quê, né.

E a saudade né. Essa desgraçada que sempre acompanha todos nós. Saudades de momentos, saudade de pais, mães, tios, amigos... normal sentir.

Pois bem, chega de rasgação de seda, o lance é encarar mais um ano de vida. E espero que os próximos anos de vida sejam bons - não perfeitos, não existe nada perfeito nesse mundo, mas que sejam bons, sejam "vivíveis" na melhor das hipóteses. Que não falte nada, inclusive saúde. E por hoje acho que é só. Ou não. Hehehehe...

quarta-feira, 12 de julho de 2023

Sobre Games, Preferências & Descobertas Tardias

Sempre gostei de videogames, nenhuma surpresa para quem convive ou já conviveu comigo e também para aqueles que me seguem em redes sociais. Desde sempre gostei de jogos com muita ação, tiros, enfim... jogos que não exigiam muito do cérebro, francamente falando. O objetivo era a diversão, até porque usar o cérebro a gente já usa todo o dia, seja na escola, no trabalho. É desgastante. Inclusive me lembrei daquele clipe do Body Count, que o Ice-T chega em casa depois de um dia de trabalho e só quer jogar seu Xbox, para relaxar um pouco. Hehehehe...
Voltando o assunto: nunca me aprofundei em jogos que exigissem demais da massa cinzenta, dentre os quais se enquadram os games de estratégia, alguns de aventura de apontar e clicar (os famosos "point & click games) e RPGs. De RPG mesmo eu só conhecia mais ou menos os 3 jogos de "DIA|BLO" da franquia da Blizzard Entertainment, dentre os quais o meu preferido até hoje é o terceiro. O primeiro finalmente zerei este ano, demorei pra caralho, mas consegui. Valeu a pena, foi o primeiro RPG que zerei na vida. Em seguida comecei o segundo game mas até hoje estou empacado em um Boss extremamente FDP chamado Duriel e por enquanto desisti. Essa que é a porcaria: quando a parada fica muito extrema, o que era para divertir acaba por estressar. E o terceiro game da franquia é lindo, bem-feito, inclusive com opção de dublagem em português - muito legal da parte de algumas empresas de games em se preocuparem com os brasileiros nesse quesito - impecável e com nomes bem conhecidos, vale a pena experimentar caso ainda não conheçam. Esse terceiro game do Diablo funciona melhor em consoles - Playstation 3 ou Xbox 360 - pois a dinâmica do joystick facilita DEMAIS a jogabilidade, finalmente dando adeus às clicadinhas frenéticas do mouse. Uma grande pena a versão para PC não possuir portabilidade para joystick; nisso a Blizzard pecou demais.

Surpresa minha foi eu ter começado a dar mais atenção à esse tipo de game. Até a presente data, o que eu mais joguei até o momento foi justamente RPGs e aventuras "point and click" e também grandes e clássicos jogos de estratégia. Faz um bom tempo que deixei o FPS (sigla para "Fist Person Shooter", ou "Tiro em Primeira Pessoa" em português) para trás, salvo o game "Rise of the Triad" que zerei este ano e ainda farei um post sobre ele, definitivamente um clássico absoluto dos games de MS-DOS. Mas voltando o assunto: esse ano consegui zerar: Phantasmagoria/ Phantasmagoria: A Puzzle of Flesh/ Gabriel Knight - Sins of the Fathers/ Indiana Jones and the Last Crusade. 


Phantasmagoria


Gabriel Knight - Sins of the Fathers


Indiana Jones and The Last Crusade

Phantasmagoria: A Puzzle of Flesh


Nem preciso dizer que demorei muito para zerar todos eles. Foi questão de meses jogando após o expediente de trabalho e aos finais de semana. Mas valeu muito a pena. Eram games que eu sempre quis concluir, alguns desde os anos 90, mas nunca tive oportunidade/conhecimento para tanto. E desde então, acabei me viciando em aventuras de apontar-e-clicar. Hehehehe... e sobre os games de RPG: tentei iniciar os primeiros games da franquia "Fallout" (o primeiro e o segundo), o remake de Shadowrun - este preciso zerar inclusive a versão para o Super Nintendo - e um que sempre quis jogar no início do ano 2000, mas não tive um computador potente para a época: "Vampire: The Masquerade - Redemption". Esse inclusive, merece um post específico, pois até agora está sendo animal avançar no game. Não tenho ideia do quão longe está o final, mas acredito que eu tenha avançado consideravelmente. Estou evitando pesquisar na internet para deixar a surpresa maior.

E sobre os games "point-and-click": gosto de encará-los como se fossem um filme, ou uma "novelinha interativa", principalmente aqueles dos anos 90. O enredo deles é extremamente caprichado, envolvente... isso sim que era jogo moderno. Pelo menos para aquela época. Hahaha... bom, hora de voltar à realidade. Nos vemos!

segunda-feira, 10 de julho de 2023

De Atari à Dactar: Pura Nostalgia!

Mais um post nessa segunda-feira, algo mais rapidinho então. Hoje em dia em questão de videogames, é tudo tão artificial, muito embora a realidade dos gráficos estejam excelentes e enredos elaborados tão meticulosamente que os jogos chegam a parecer filmes. Mas na minha opinião, muita modernidade nesse quesito tira boa parte daquela velha emoção de ligar o console e perder algumas agradáveis horas de folga. Na verdade tudo começou a "dar errado" quando os bons e velhos cartuchos foram substituídos por CD's, DVD's e BlueRay's.

Cara, veja só como era ali nos anos 80 e boa parte dos anos 90: aquela ansiedade de comprar/ganhar um console e adquirir cartuchos de jogos. Isso era sensacional. Eu mesmo iniciei minha jornada gamística com o Atari 2600. Meu tio possuía (ou ainda possui, não sei) o console e diversos cartuchos. Eram tão bonitinhos de se ver, vinham em caixinhas estilosas, com manual e fotos, uma beleza de admirar. Tamanha era a emoção quando meu tio falava "venha aqui em casa que vou instalar o videogame na TV", cara, eu perdi alguns sábados e domingos, isso quando eu não ficava dormindo na casa da minha avó - que morava no mesmo terreno de meu tio - e jogava aqueles games até tarde da noite. Até dizer chega, como dizem. Hehehe...

Anos depois, meu pai comprou um Dactar, que na verdade era um clone brasileiro do Atari, porém mais bonitão em relação ao visual, tendo botões amarelos inclusive nos joysticks. Lembro que veio um cartucho com 4 jogos, tudo de esporte. Tinha futebol, basquete, golfe e o último esqueci. Hahahaha, também, depois de quase 40 anos a memória não é como antes. Aliás, esse lance de cartuchos que continham 4 games é uma coisa aqui do Brasil, que não satisfeito em clonar o Atari ainda por cima descobriram uma maneira de inserir mais jogos em apenas um chip. Brasileiro é brasileiro né, definitivamente precisa ser estudado. Voltando ao cartucho: a mecânica de escolha dos games era realizada através de duas pequenas chaves na frente do cartucho, em uma combinação de 4 ações: esquerda/esquerda, direita/direita/ esquerda/direita e direita/esquerda. Para quem não conhece, vai aí uma imagem que achei na internet. O cartucho e a caixinha, não tão bem elaborada como as originais da Atari:


As chavinhas estão ali na parte superior. Era necessário desligar o console para alterar o posicionamento das chaves, senão dava pau. Inclusive esse cartucho aí de cima possui o game "Turmoil", que até hoje eu considero um dos melhores games de Atari/Dactar que já lançaram. O pessoal fala demais de River Raid, mas eo Turmoil apavorava mesmo, era ação desenfreada, mecânica rápida e que só aumentava a velocidade conforme o jogador avançava de fases. Inclusive, como todos os games de Atari, nunca tinha um "final". Eu soube que existe sim um game de Atari que possui uma tela de final, pelo menos era o que a galera da escola falava, mas não dá pra depositar muita confiança em um bando de moleque de 8 ou 9 anos né. Chegaram a me falar certa vez que existia um game de Atari que possuía voz digitalizada. Hehehe...

De qualquer maneira, o Dactar fez muito sucesso aqui no Brasil, hoje em dia chega a ser item de colecionador, assim como os consoles da Atari propriamente ditos.


Senhores: eis o famoso Atari 2600:

E seu belíssimo clone brasileiro, o Dactar!


Essas caixinhas fizeram a alegria de muitas crianças nascidas nos anos 80 e 90, assim como a grande maioria de seus pais. Bate aquela nostalgia boa e vontade de, nem que fosse só por um momento, voltar no tempo. E graças aos emuladores hoje em dia, podemos desfrutar de toda a biblioteca de games desse console, que não são poucos! Escrevi anteriormente que acho o Dactar mais bonito que o Atari. Porém, analisando as imagens agora, não dá pra negar que o Atari tenha todo o seu charme. Sem dúvida era um console bonitão!

Por falar em clones de consoles aqui no Brasil, farei futuramente um post sobre o Hi-Top Game, que era fabricado pela Milmar na Amazônia, Zona Franca de Manaus. Esse era um clone do Nintendo de 8 bits, ou o nosso querido "Nintendinho". Mas é um assunto para outra hora.

Fico por aqui. Busquem conhecimento! Fui!






Segunda-Feira, Frio & Chuva - Isso Pede "O Iluminado", de Stephen King

Hoje vamos falar sobre "O Iluminado", de Stephen King.


Que responsabilidade. Até porque faz um bom tempo de minha última leitura da obra, que já devo ter lido pelo menos umas três vezes ou mais. Dessa maneira, acredito que um pouco de base para falar sobre isso eu deva ter. Vejamos...

Começando a análise do livro físico que possuo: é uma edição de 1987, já amarelada pelo tempo da Editora Nova Cultural Ltda, que possuía sede em São Paulo e acredito que atualmente ela não existe mais ou mudou de nome, não pesquisei. A brochura possui 445 páginas e adquiri através do site Estante Virtual em 2020, muito embora eu tenha comprado esta mesma edição em meados de 2006, que infelizmente perdi ou emprestei para alguém e ficou no limbo. Vai saber... de qualquer maneira, resolvi comprar novamente, mais pela nostalgia e também pela capa: esta brochura traz uma fotografia de Jack Nicholson justamente interpretando Jack Torrance no filme homônimo dirigido por Stanley Kubrick. Aliás, sobre a obra cinematográfica, discutirei futuramente. Voltando a análise do livro físico: tradução de Betty Ramos Albuquerque. Não possui índice, mas a trama é dividida em cinco partes: Introdução/ Último Dia/ O Ninho de Vespas/ Cercado de Neve/ Questões de Vida e Morte, possuindo também um breve epílogo de poucas páginas. 

Esse não foi o meu primeiro livro do King; iniciei com "Christine", que meu pai comprou nos anos 80, junto com uma pequena estante e algumas brochuras famosas da época. Por curiosidade, em 1997 comecei a ler e achei um barato a maneira da escrita de King, fugia muito daquilo que até então eu já tinha lido na escola. Um pouco mais tarde, fui descobrindo que muitos dos filmes de que eu gostava eram adaptações das obras literárias do autor americano e esse fato que fez, finalmente, procurar mais livros dele. Por sorte, naquela época em que me tornei um "constant reader", ou "leitor fiel", como traduzem quem admira os livros dele, a Editora Objetiva estava realizando um excelente trabalho ao começar a republicação dos livros lançados aqui no Brasil nos anos 80 e 90. Isso me proporcionou conhecer a grande maioria do trabalho do King, além de ter contato também com obras mais recentes e também inéditas. Então, lá estava eu, no Terceiro Ano do Ensino Médio, com muito tempo livre, pois estudava à noite e tinha saído de um emprego com fotocopiadoras. E de quebra, recebendo seguro-desemprego. Na minha cabeça, naquela época, era "dinheiro de graça". Hahahaha... de qualquer maneira esse dinheiro me ajudou bastante nessa descoberta literária (além de ter comprado vários CD's originais do W.A.S.P. também). E foi através da edição da Objetiva que tive o primeiro contato com a obra. Infelizmente essa edição não possuo mais, mas lembro que o trabalho que a editora realizou com o livro foi muito bonito. Sei que não devemos julgar o livro pela capa, mas não posso negar que as mesmas possuíam um grande destaque pela beleza e criatividade.

O primeiro fato que o leitor percebe é a facilidade da leitura. Traz uma escrita simples, porém coesa e rica em variedades linguísticas. Outro ponto bem importante: King possui uma escrita inovadora, trazendo veracidade aos fatos narrados, dando títulos à reportagens fictícias, recortes de jornais, até mesmo nos diálogos e pensamentos de personagens, coisa que até então eu nunca tinha visto em nenhum livro (lembrem-se que eu tinha saído dos meus 17 anos e as únicas obras que eu conhecia mesmo eram os livros da Coleção Vagalume e livros didáticos). A maneira como King brinca com as sentenças, os parágrafos, é inconfundível e sem dúvida, uma marca registrada de sua escrita. Dito isso, vamos à trama.

Tentarei não dar spoilers, embora hoje em dia seja difícil encontrar alguém que ainda não leu o livro ou pelo menos tenha assistido aos filmes (sim, existem dois filmes, além da sequência - esta também de baseada em um livro, "Doutor Sono"). Trata-se das desventuras de Jack Torrance, um professor de Língua Inglesa, alcoólatra, que perdeu seu emprego depois de uma altercação com um de seus alunos - o mesmo rasgou os pneus do automóvel de Torrance, etc. Jack é casado com Wendy Torrance, uma dona de casa que por sua vez é mãe de Danny, o filho do casal. Desde quando nasceu, os Torrance já perceberam que Danny não era um garoto comum. Muito inteligente para sua idade (no livro ele está com 5 anos), possui também uma habilidade que por vezes assusta os pais. Uma das habilidades é justamente a leitura de pensamentos e, como o leitor perceberá, também existe o dom de conhecer fatos que ocorreram no passado.

Graças a um amigo de bebedeira (mais responsável que Jack), Torrance enfim consegue o emprego de zelador no Hotel Overlook, localizado nas montanhas do Colorado. O emprego consiste na manutenção do enorme hotel durante o período de inverno, no qual o mesmo fica fechado até o início da primavera. Além da manutenção em si, existe a importante e vital tarefa de verificação das caldeiras, que mantém o hotel aquecido e qualquer deslize nesse cuidado, já sabem né. Risco de explosão. O lance é que o Overlook possui uma boa quantidade de fantasmas; "todo hotel tem seus fantasmas", como essa frase presente no livro indica. E já sabemos que o pequeno Danny é uma criança especial, que infelizmente consegue ver esses seres perturbados. Já quando a família Torrance chega no último dia de funcionamento do Overlook, Danny conhece Dick Hallorann, o cozinheiro, sendo este também um "Iluminado", como a avó dele costumava descrever esse dom. Hallorann aconselha Danny, afirmando que tudo o que ele possa presenciar não deve passar de algumas imagens, como figuras em um livro, inofensivas. Se acontece alguma coisa, isso não vou postar. Deixarei que vocês vejam. Ou melhor, leiam. Nunca se esqueçam que um livro transporta imagens para seus cérebros. ;)

É isso aí, leiam sempre, a leitura abre portas e traz conhecimento. Leiam nem que seja uma bula de remédio. E tenham uma boa semana!

10/07/2023



segunda-feira, 1 de maio de 2023

Dia do Trabalho/Tripalium/Divagações

***NOTA***
O texto a seguir foi escrito no dia 01-05/2023, mas somente publicado hoje, dia 02/05/2023

Salve!!

E estamos começando a semana, início do mês, quase metade do ano. Como está passando rápido... enfim.

Dia do Trabalho! Primeiro de Maio de 2023. Lembranças legais esta data me traz à memória: faz 21 anos que adentrei na PUC-PR, no curso de Letras-Português, assim como iniciei um trabalho de estágio em um programa de alfabetização de jovens & adultos (EJA) através da informática. Massa, né? Maior saudade dos meus alunos, todos esforçados e querendo realmente aprender a ler & escrever. Alguns era muito ansiosos, queriam aprender a escrever o nome "para ontem", mas a gente sabe que o aprendizado por vezes possui seu tempo ampliado por diversos fatores. De qualquer maneira foi uma época legal.

Em 2001, eu achava que tinha amigos; pessoas que eu poderia contar para qualquer coisa, a qualquer hora e em qualquer lugar. Assim como eu achava - na verdade eu sabia, mas não queria estragar meu próprio sonho - que a imortalidade estava ao meu favor. Ou seja, eu poderia aprontar qualquer coisa que nunca existiram consequências. Quando você tem 19 ou 20 anos, isso é normal. Aquela certa arrogância presente em todos os garotos e garotas dessa idade. Mas como foi bom.

De qualquer maneira, fugi do objetivo do post, porém o assunto em si tem ligação com os meus estudos na faculdade. Tínhamos aulas de Filosofia, o que eu achei muito interessante e inclusive abriu portas para meu gosto por diversas obras de vários pensadores, porém devo admitir que tenho um carinho especial pelo maluco do Nietzsche e também por Sartre. E foi em uma dessas aulas, já tarde da noite, que o nosso professor mencionou a "Indolência Natural do Homem". Pois é. E é de se pensar.

Segundo esse professor, o ser humano costuma ser por vezes um tanto indolente: no ambiente de trabalho, por vezes, aquela saidinha para buscar um copo de água, ou mesmo uma ida rapidinha ao banheiro, pode ser prolongada; às vezes o bebedouro fica ao lado da sala de trabalho/escritório da pessoa, mas a mesma resolve dar uma volta pelo corredor, para fumar um cigarro ou arejar as ideias (muitas vezes sem necessidade), só então voltando às tarefas do dia-a-dia. Isso, segundo o professor, é uma característica do ser humano em geral, em quaisquer ambientes de trabalho. E agora eu questiono: quem nunca fez isso pelo menos uma vez na vida? Sempre vai ter o chato que vai falar "aaai, eu nunca fiz isso", sempre tem o estraga-prazeres. TODO MUNDO FAZ/JÁ FEZ.

E isso, lembrando, a maioria das vezes, no ambiente de TRABALHO.

E de onde a palavra TRABALHO veio? Quem que inventou tal palavra? Simples, veio do Latim. Haha.

Na Idade Média, existia um instrumento de tortura bem agradável, formado por três estacas, servindo como uma espécie de tronco, no qual o escravo era amarrado pelos membros. De alguma maneira, existia um mecanismo que puxava os membros presos do escravo, provocando assim uma dor agonizante. Os membros, então, eram arrancados do tronco após um considerável tempo de tortura. Ou seja: TRIPALIUM significa "tortura", "tormento", "castigo" e por aí vai. Acho
que não preciso escrever mais nada.

Contudo, ESPERE: essa comparação recai diretamente àqueles indivíduos que estão trabalhando unica e exclusivamente para pagar contas e comer (bom, praticamente 100% das situações, kkkkkk), sem encontrar um prazer genuíno na rotina. Também não podemos fazer um paralelo entre preguiça e desafio - afinal, todo e qualquer emprego possui seus altos e baixos, possui desafios, nada cai de graça em nossas mãos. Bom, para alguns sim, mas isso é história para outro momento. De qualquer maneira, vamos que vamos e fica aí mais uma curiosidade para quem, por ventura, cair aqui no Letras Apagadas.

E vamos ao Tripalium! Hehehehe...

01-05-2023

domingo, 30 de abril de 2023